Aplicativos para relacionamento ganham espaço entre a população brasileira
- Sara Nayara
- 11 de out. de 2018
- 3 min de leitura
Pesquisa realizada pelo jornal Expresso News mostra que 53,1% dos entrevistados compareceram a um encontro resultante de conversas virtuais

Com o avanço da tecnologia e a praticidade dos telefones celulares, os aplicativos de relacionamento se tornaram parte da realidade de muitos solteiros, atualmente é comum buscar um perfil compatível com o seu nos inúmeros apps disponíveis nas plataformas digitais.
Em uma pesquisa realizada pelo Match Group, líder global com mais de 45 marcas na área de namoro e relacionamento virtual, com quatro mil solteiros brasileiros, que possuem uma conta ativa em alguma plataforma, 60% acredita que é um método fácil e eficaz para fazer contato e encontrar a pessoa ideal.
Esta mesma pesquisa apontou também que 19% deles não possuem tempo ou gosto por baladas, bares e métodos tradicionais de conquista, por isso recorrem aos apps. É o caso da vendedora de 21 anos, Nicolly Carvalho, que tem sua rotina agitada e tempo dedicado à filha Loren: “Meu dia é bem corrido, passo o meu tempo livre com a Loren, marquei alguns encontros pelo “Par Perfeito” e gostei muito, é uma facilidade, poder resolver tudo pelo celular e saber o dia e a hora de conhecer ou não a pessoa”.
Um grande diferencial tem sido a segmentação desses aplicativos, distintos grupos sociais têm criado seus próprios conteúdos e espaços para busca de novos relacionamentos. O Divino Amor é um aplicativo destinado a jovens cristãos, o G Encontro, para o público LGBT, o Sanka, para jovens negros, o Coroa Metade, para usuários acima de 40 anos e diversos outros que tem se destacado por essas restrições, neles os usuários se sentem mais a vontade, é um filtro de qualidade que se tornou um modelo de negócios crescente.
“Além de ter uma facilidade muito maior de encontrar uma pessoa para um relacionamento sério, o assunto parece fluir bem mais, os temas são os mesmos, os gostos parecidos, os locais para encontros ficam bem mais interessantes e quando não dá certo, a amizade fica, fiz muitos contatos legais no Sanka e no Afrodengo, que hoje são meus amigos de programação no final de semana”, explica Matheus Pasquarelli, modelo de 24 anos.
Foram 250 entrevistados pelo Expresso, entre 17 e 45 anos, 50,8% deles já utilizaram algum aplicativo de relacionamento, entretanto 73,4% não os acham seguros. 130 pessoas acreditam que o grande problema dos relacionamentos virtuais é a duração, mesmo quando o encontro se torna realidade, na maioria dos casos o namoro não tem continuidade.
Tinder
O Tinder é o mais conhecido e baixado no mundo. Ele alcança mais de 190 países e desde a repaginada em 2015 tem tomado grandes proporções. Nele os usuários fazem um cadastro com sua conta no Facebook, dela vêm às informações pessoais que ficam disponíveis para a visualização.
O aplicativo faz o cruzamento de informações do GPS e do Facebook, assim amizades próximas geograficamente e caracteristicamente são disponibilizadas para o usuário, que pode ter interesse ou não nas sugestões. O grande diferencial é que o “match”, encontro dos likes, só acontece quando as duas pessoas de forma aleatória se curtem no aplicativo, assim é liberado um chat privado onde podem conversar e se conhecer.
Foi o que aconteceu com o casal Bruna Gomes, estagiária de direito e Maycon Rocha, assistente do Banco Santander, que se conheceram através do Tinder, pela semelhança na escolha do curso de Direito. Após alguns dias de conversa marcaram o primeiro encontro e já estão namorando á dez meses. “Eu já tinha saído duas vezes com meninas do Tinder, a Bru foi a terceira e eu não estava muito confiante, mas foi demais, sai do Vila já pensando em marcar outro encontro”, confessa Maycon.
Uma preocupação do Tinder é a segurança dos usuários. Muitos casos de fraudes, perfis fakes e até mesmo estupro em encontros já foram relatados e denunciados, o campo de denuncia também fica disponível no app. Para Bruna algumas medidas de precaução fizeram a diferença. Ela se atentou em escolher um lugar movimentado e conhecido e avisar sua mãe onde seria o encontro e o horário: “Tive a sorte de encontrar o Maycon, ouvi casos que deram certo, mas muitos que não, foi um risco que eu corri e valeu a pena”.
Quando questionados se indicariam o Tinder ou outros aplicativos de relacionamentos para as pessoas, a resposta foi unânime: Sim! “Dá pra usar de forma saudável, somos prova que pode dar certo sim, que o amor sai do virtual e vira real”, afirma o casal.
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