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Samuel, uma história de inclusão das crianças com síndrome de Down na Educação Infantil

  • Foto do escritor: Sara Nayara
    Sara Nayara
  • 17 de mai. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 3 de dez. de 2018


A importância da união entre pais e escolas faz toda a diferença na inserção de um aluno portador de trissomia 21

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Foto: Arquivo pessoal

A Educação Infantil é imprescindível para o desenvolvimento de qualquer pessoa. Os estímulos que uma criança recebe nos primeiros anos vão interferir diretamente em sua trajetória escolar e no seu desenvolvimento futuro. A entrada da criança com síndrome de Down ou outras deficiências intelectuais na educação infantil regular costuma trazer resultados muito positivos para todos os envolvidos nesse processo de inclusão.


Por diversas vezes, pais e familiares demonstram receio de matricular suas crianças portadoras de necessidades específicas em uma escola infantil. O medo, o preconceito, o temor e principalmente a sensação de exposição de um problema têm influenciado e barrado a inclusão.


Foi o caso da Normandia Pereira, mãe do pequeno Samuel, de 6 anos. Ao se deparar com o crescimento e o amadurecimento de seu filho, ela não sabia se a decisão certa a tomar era a matrícula numa escola de educação infantil. “Para qualquer mãe, lançar seu filho no mundo é um medo muito grande, quando pensei na possibilidade de ter outras pessoas cuidando dele por mim, de não tê-lo mais por perto o tempo todo, me desesperei, mas o Samuel como sempre me surpreendeu e hoje meu antigo pesadelo é um sonho, um orgulho.”


Crianças com síndrome de Down podem e devem misturar-se com seus colegas, pois isso beneficia não só a elas mesmas, mas também as outras crianças com quem convivem. Ao lado de as crianças de desenvolvimento considerado normal, observando-se a maioria dos casos, elas aprendem com os coleguinhas, que servem como exemplo de comportamento e de conquistas apropriadas para cada idade. Mas nessa interação não pode haver barreiras, é importante que o preconceito seja jogado fora e todos aprendam e cresçam juntos.


No caso do Samuel, a escola escolhida trouxe um diferencial por já trabalhar com crianças com necessidades específicas e ainda ter uma estagiária com síndrome de Down em sua grade de professoras, isso facilitou bastante a interação e tranquilizou mais sua mãe. “Na primeira semana de aula, soube que havia o Hugo, colega de sala do Samuca. Na visita à escola, quando soube da Carla, me apaixonei, vi que ali ele se sentiria parte de um todo, protegido, ambientado e semelhante. Foi um desafio vencer meus medos e preocupações, mas foi mais gostoso ainda ver o desenvolvimento de todas essas escolhas a cada semana.”


“Escola legal, Samu tem amigo e lição.” Apesar da dificuldade na fala, ele se comunica e se expressa muito bem e já está em seu quarto mês de aula. Ao falar da escola, seus olhos brilham, a risada é garantida, a animação em contar sobre os colegas, as atividades, até a hora do lanche é demais. A Norma, como Normandia gosta de ser chamada, nos conta que nas últimas semanas ele tem melhorado muito seu comportamento em casa. As refeições, por exemplo, a surpreenderam, pois ele não gostava de sentar-se à mesa, almoçava e jantava no sofá com a ajuda dela, agora está fazendo isso sozinho.


Sem dúvida tem sido um passo por vez, contra o medo, contra o preconceito, contra as barreiras sociais e a favor do desenvolvimento social e educacional da criança. Ter uma deficiência não significa ter uma doença, todas as crianças têm direito à educação de qualidade e é necessário que as famílias apoiem essa ideia e não privem ninguém, por suas necessidades específicas, de conviver com o mundo e fazer parte dele.

 
 
 

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