Um ataque que rende gol à beça
- Sara Nayara
- 17 de mai. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 3 de dez. de 2018
Blog de jornalistas brasilienses traz o esporte feminino como carro chefe e faz sucesso entre mulheres e homens com suas pautas voltadas ao universo das esportistas

Você sabia que a seleção de futebol heptacampeã da Copa América é feminina? Ou que a F1 tem como piloto de teste uma mulher? Pois é, o “Elas no ataque” conta essas e outras conquistas femininas no esporte e na vida.
A ideia surgiu quando o jornal Correio Braziliense abriu a oportunidade de seus repórteres criarem projetos para internet. As jornalistas Maíra Nunes e Maria Eduarda Cardim viram a chance de alavancar o tema mulheres no esporte, já inspiradas por matérias que haviam feito juntas em sua editoria.
O nome veio através de gírias esportivas que brincassem e se identificassem com o universo feminino, até que chegaram a “Elas no ataque”. Apesar de lidar com estatísticas de um ambiente muito masculino, e consequentemente machista, as jornalistas vêm alimentando o mundo virtual com histórias de mulheres incríveis.
Com pautas desde arbitragem feminina até cobertura de eventos e campeonatos, que a mulher não é vista, o blog está sempre de olho em novidades para atingir seu público. “No inicio tínhamos até medo de não haver pauta suficiente, mas hoje é o contrário, muitas vezes não damos conta e temos que nos organizar para tantas noticias”, conta Maíra.
As reportagens cobrem os mais variados tipos de esporte. Um amor que se iniciou para ambas na prática esportiva e hoje é ligado à realização de seus trabalhos. O jornalismo proporciona a possibilidade de conhecer histórias de superação, profissões distintas, esportes diferentes e se apaixonar na vida pessoal, não só pela cobertura, mas pela participação.
A tecnologia ajudou as jornalistas a ganharem mais espaço, hoje algumas de suas notícias são replicadas no caderno de esportes do Correio Braziliense e até em outros veículos de comunicação. A extensão chegou ao Youtube com o Canal do Correio onde as reportagens ganharam recursos visuais e cobertura mais ampla.
PRECONCEITO E REPRESENTATIVIDADE
As mulheres têm conquistados avanços otimistas na área. Para as colegas de profissão, hoje o preconceito nas redações fica imperceptível muitas vezes, entretanto, ele existe e cabe a mulheres batalharem o dobro pelos seus espaços e por situações que as coloquem em equidade. “Vemos promoções, cargos, contratações, escolhas para reportagens e coberturas mais importantes e achamos normal estes estarem ocupados por homens, quando na maioria das vezes nossas qualificações e indicações são até maiores. Isso não pode se tornar comum”, afirma Maria Eduarda.
A representatividade da mulher no esporte dentro da mídia possui uma cobertura muito desequilibrada. É uma barreira ainda a ser superada em âmbito mundial, por isso o “Elas no ataque” é cem por cento fiel as conquistas e notícias femininas. Para Maíra: “Se uma mulher quer ter destaque na mídia, ela precisa ganhar uma medalha ou ter uma história extremamente em alta, o futebol infelizmente dita neste mercado tudo o que será noticiado”.
Hoje, a internet é um dos maiores meios de disseminação de conteúdo universal e o blog se tornou um espaço onde a mulher tem sua história contada, seu trabalho divulgado e sua conquista ressaltada. Os acessos vêm aumentando a cada dia, o público tem comentado e compartilhado as postagens e isso alimenta o trabalho das repórteres.
“É uma motivação. Começamos com o apoio da própria redação, pessoas próximas, mas quando vemos as opiniões nos comentários do blog ou nas redes sociais, sentimos que estamos causando debate, curiosidade nas pessoas. Independente de críticas ou elogios, nós percebemos que as matérias estão saindo de Brasília e alcançando todo o Brasil, dando visibilidade a causa do esporte feminino”, concluem as jornalistas.
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